Só Pode Ser Brincadeira, Sr. Feynman! - Resenha crítica - Richard Feynman
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Só Pode Ser Brincadeira, Sr. Feynman! - resenha crítica

Só Pode Ser Brincadeira, Sr. Feynman! Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Surely You’re Joking, Mr. Feynman!

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788551004852

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

De Far Rockaway ao MIT

A infância de Feynman não foi muito parecida com a de uma criança comum. Contava com inteligência acima da média e fazia invenções na sua própria casa. Por exemplo, uma espécie de telefone caseiro usando um alto-falante e um microfone.

Nem sempre suas criações davam certo e o menino já chegou a provocar um incêndio no próprio quarto. Tinha o hobby de comprar rádios quebrados e consertar por autodidatismo. Assim, esse virou seu primeiro emprego.

Por ter o hábito de pensar andando de um lado para o outro ao consertar rádios, passou a ser conhecido como "garoto que conserta rádios com o pensamento". Na juventude, identificou sua aptidão por inovar e por resolver enigmas.

Ao trabalhar na cozinha de um hotel, trouxe várias inovações para o lugar. Isso inclui um sistema com cordas e garrafas de refrigerante para apagar automaticamente a luz e um método rápido para cortar vagens. Mas as ideias não eram bem recebidas, descritas pela chefe como "jeito mais idiota de fazer as coisas".

O jovem estudou no MIT e usou sua inteligência para fazer algumas traquinagens. Uma vez, disse que a curva francesa se chamava assim apenas porque seu ponto mais baixo tem tangente horizontal. Isso maravilhou os outros estudantes. Mas é mentira, já que a tangente de qualquer curva é horizontal.

Feynman tinha o hábito de ouvir uma rádio italiana e memorizou algumas palavras, mesmo sem saber seu significado. Chegou até a recitar um poema em uma festa de bandeirantes, fazendo as professoras se perguntarem se o idioma era italiano ou latim. O que ninguém sabia é que Feynman tinha inventado o texto com palavras aleatórias.

Mesmo com dificuldades em matérias na área de humanas, sempre dava um jeito de conseguir boas notas. Sem prestar atenção nas aulas de filosofia, conseguiu passar ao fazer uma dissertação contando como era o apagar de seu próprio fluxo de consciência ao adormecer.

Saindo do MIT, trabalhou como "pesquisador-chefe de química" na empresa familiar de um amigo. Era um pequeno negócio com seis pessoas. Ajudou a desenvolver um método de metalização de plástico que foi um sucesso comercial por um tempo, mas o negócio faliu quando os produtos começaram a apresentar bolhas. 

Os anos de Princeton

O físico decidiu continuar sua formação em Princeton, um lugar que exigiu um processo de adaptação às regras de etiqueta. Ainda assim, apaixonou-se pela instituição. Chegou a fazer um experimento com água e ar comprimido que deu errado, deixando o laboratório do cíclotron ensopado.

Feynman se envolvia em palestras e aulas que não tinham muito a ver com física por pura curiosidade. Chegou a participar de experiências de hipnose e um dos transes o impediu de sentir uma queimadura de fósforo.

Em aulas de biologia, fazia perguntas para as quais ninguém sabia a resposta. Chegou a cometer uma gafe quando quis saber sobre a anatomia dos felinos e pediu um "mapa do gato". Ainda assim, sua curiosidade fez com que aprendesse o suficiente a ponto de dar uma palestra sobre o assunto em Harvard.

O aluno ainda foi pesquisador-assistente de professor de física John Wheeler e ajudou a desenvolver uma teoria sobre os elétrons. O trabalho foi tão interessante que chamou a atenção de alguns dos cientistas mais renomados da época, e isso incluiu Albert Einstein. 

O criador da teoria da relatividade participou de um seminário apresentado por Feynman e até teceu alguns comentários, contando como seria difícil produzir uma “teoria correspondente para a interação gravitacional”. Foi um dia feliz para o jovem estudante. 

Ser agitado no dia a dia chamou a atenção de um dos professores de Feynman, que deu um livro de integrais como forma de distração. Ainda assim, o aluno levou isso a sério e aprendeu a fazer os cálculos por autodidatismo, desenvolvendo um método diferente do que os professores usavam. 

Assim, resolvia problemas que os colegas não conseguiam e ganhou a fama de "solucionador de integrais”, apenas por contar com uma "caixa de ferramentas" diferente. Como se não bastasse, o rapaz ainda ficou com a fama do telepata. 

Seu pai havia contratado um homem que trabalhava como mágico e Feynman aprendeu truques que o ajudaram a adivinhar onde seus colegas escondiam alguns objetos. Outro traço peculiar era seu hobby de analisar formigas. 

Quando criança, seu pai lhe deu um microscópio que foi desmontado e transformado em uma lupa para a observação dos insetos. Os experimentos fizeram com que aprendesse o suficiente a ponto de criar uma estratégia para atrair as formigas para longe de seu guarda-comida em Princeton.

Feynman, a bomba e as Forças Armadas

Ainda na pós-graduação, Feynman se voluntariou em uma época em que os EUA precisavam de físicos. Teve sua primeira parceria com o exército ajudando a construir computadores mecânicos para serem usados na artilharia. 

A segunda experiência aconteceu durante os anos da Segunda Guerra Mundial. O jovem ainda estava em Princeton e foi selecionado para um projeto secreto de separação de isótopos de urânio que levaria o nome de "projeto Manhattan". 

Aos poucos, entendeu que aquilo daria início a uma bomba atômica. Era uma corrida contra o tempo, já que os estadunidenses tinham medo de a Alemanha de Hitler desenvolver e usar um projeto similar antes dos Aliados, ganhando poder de destruição em massa.

Alguns anos depois, já casado e pós-graduado, Feynman se mudou para o laboratório de Los Alamos. Lá, conheceu alguns dos maiores físicos da época, nomes que só havia lido em revistas científicas. 

Aos poucos, foi ganhando responsabilidades. Liderou a reforma de uma usina nuclear e gerenciou uma equipe de engenheiros responsáveis por calcular os parâmetros da bomba. Um de seus hobbies era estudar fechaduras e abrir cofres. 

Usava chaves de fenda ou descobria a combinação ouvindo os cliques durante a abertura das portas. Era obcecado pelo assunto e tinha o hábito de abrir os arquivos secretos da bomba atômica apenas para provar que não eram seguros. 

A fama se espalhou e sempre que alguém esquecia uma combinação, chamava Feynman para resolver o problema. O físico ainda passou por um período difícil quando sua esposa teve tuberculose e acabou morrendo. 

Teve que ir às pressas ao hospital e usou o carro de um colega chamado Klaus Fuchs. Depois, Fuchs seria descoberto como um espião que revelaria informações à União Soviética. Após a conclusão da bomba, Feynman sentiu remorso. Junto com outros acadêmicos, começou a se questionar sobre o monstro que ajudou a construir.

De Cornell a Caltech, com um toque de Brasil

Após Los Alamos, Feynman começou a trabalhar como professor em Cornell. A exaustão do ensino quase fez com que a física perdesse a graça. Por isso, decidiu fazer as coisas porque se divertia e "brincar" com a física, como fazia quando criança.

Por exemplo, tentou calcular a proporção de giro de um prato apenas porque deu vontade. Mal sabia que os problemas originalmente irrelevantes iriam lhe render um Nobel. O físico ainda daria algumas palestras em Buffalo, uma tarefa que julgava entediante. 

Para aliviar o estresse, decidiu explorar alguns bares, chegando a se envolver em brigas. Feynman começou a desenvolver o gosto pela vida noturna. Interagia com mulheres e pagava bebidas, mas não conseguia se relacionar bem.

Por isso, decidiu seguir o conselho polêmico do mestre de cerimônias de um dos bares: não ser cavalheiro, não pagar nada e ser até um pouco rude. A nova "técnica" deu certo e Feynman seduziu algumas garotas. Ainda assim, não seguiu com o comportamento por achar que não correspondia com sua índole.

O físico viajou para o Brasil para dar algumas aulas na UFRJ e chegou a participar de um grupo de samba, aprendendo a tocar frigideira. Até ganhou um concurso de bandas de praia no carnaval. Após algumas aulas, percebeu como o sistema educacional brasileiro era deficitário. 

Os alunos eram treinados para memorizar informações e passar em exames, mas não sabiam o que cada coisa significava. Os melhores estudantes da universidade eram estrangeiros, com educação de outros países. 

Alguns confessaram que eram repreendidos pelos colegas quando faziam perguntas e essa era a razão pela qual ficavam com dúvidas. Em uma palestra para vários acadêmicos brasileiros importantes, Feynman fez duras críticas ao sistema falido e provocou uma boa dose de reflexão.

O professor também se aventurou em Las Vegas, chegando a trabalhar como "assessor" de um jogador profissional famoso chamado Sr. Big. Isso fez com que conseguisse conhecer várias pessoas interessantes. Chegou até a ser apresentado pelo Sr. Big a uma das melhores advogadas de Las Vegas, com a qual Feynman acabaria dormindo algumas horas depois.

O mundo de um físico

Feynman teve uma experiência como artista. Fez alguns cursos de desenho, criou um pequeno ateliê no porão de casa e até vendeu umas obras. Certas ilustrações foram feitas nos clubes de streaptease que frequentava com o consentimento de sua nova esposa inglesa, Gweneth. Segundo ela, "os ingleses vão a seus clubes”. 

Em uma lua de mel no México, Feynman se dedicou a aprender sobre os hieróglifos maias e entender como funciona a matemática e a astronomia da civilização. Descobriu tanta coisa que conseguia desmascarar códices falsos pelas relações numéricas e até deu uma palestra sobre o assunto. 

O físico também já se envolveu com experiências alucinógenas ao conhecer um homem responsável por um tanque de privação de sentidos. Chegou até a se sentir em uma experiência extrassensorial de projeção astral. Mas não acreditou que passasse de algo além de fenômenos físicos do cérebro.

Um dos pontos fortes da vida do físico foi ajudar a desenvolver uma teoria sobre as leis que regem o decaimento beta. Isso aconteceu quando começou a desconfiar das opiniões dos principais especialistas no assunto. Após a experiência, aprendeu a lição de nunca confiar em um artigo antes de fazer os cálculos por conta.

Feynman descobriu que ganhou o prêmio Nobel ao ser acordado com uma ligação. Curiosamente, seu único desejo era continuar dormindo. Até cogitou recusar o prêmio. Não gostou da atenção que passou a receber e nem das cerimônias com a nobreza sueca.

Quando ia dar uma palestra em algum lugar, pedia para que os estudantes divulgassem o nome de outro físico. A ideia era não chamar atenção e atrair apenas os estudantes realmente interessados em física. Um dos poucos benefícios do prêmio foi o convite de honra do ministério da cultura para assistir o carnaval no Brasil.

Um dos principais alvos de críticas de Feynman é a "ciência do culto de carga". O culto de carga aconteceu em uma tribo que não tinha contato com a civilização e acreditava que aviões com carga eram uma espécie de divindade.

Por isso, acreditavam que ganhariam um novo presente dos céus se fizessem homenagens suficientes. Mas isso nunca veio. Feynman usa a história como analogia para experimentos pseudocientíficos que se assemelham a um culto.

Isso porque há uma série de pesquisas que nunca chegam a lugar algum, como as usadas para melhorar o comportamento dos criminosos na prisão ou a performance de alunos na escola. Nunca há resultados concretos.

Para Feynman, isso pode ser explicado pela falta de integridade científica. Nesse caso, os cientistas não consideravam a hipótese de estarem errados e não criavam experimentos realmente confiáveis. A recomendação do físico é que os cientistas sempre escolham instituições que incentivem a integridade científica e que façam os profissionais se sentirem livres.

Notas finais

Com uma narrativa bem-humorada e divertida, Richard Feynman traz à tona a importância de lutar para ir longe em quase todas as atividades, seja separar isótopos de urânio ou tocar frigideira em uma banda de carnaval. Em Só pode ser Brincadeira, Sr. Feynman!, há uma amostra de como ter uma vida profissional bem-sucedida não é sinônimo de abrir mão de aventuras na vida pessoal.

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Quem escreveu o livro?

Richard Philips Feynman (Nova Iorque, 11 de maio de 1918 — Los Angeles, 15 de fevereiro de 1988) foi um físico teórico norte-americano do século XX, foi um dos pioneiros da eletrodinâmica quântica e ficou conhecido pelos seus trabalhos no ramo da formulação integral da mecânica... (Leia mais)

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